"A escritora, poetista e professora Conceição Evaristo se tornou a primeira mulher negra a tomar posse na Academia Mineira de Letras. A cerimônia aconteceu em Belo Horizonte, nesta sexta-feira (8), no Dia Internacional da Mulher.
A escritora passa a ocupar a cadeira 40, deixada pela ensaísta, romancista e poeta Maria José de Queiroz, que morreu em novembro do ano passado. Ela disputou a vaga com outros cinco candidatos e recebeu 30 de um total de 34 votos.
"Estar aqui faz com que eu traga a história de outras mulheres que foram impedidas de estar aqui. Mas, ao mesmo tempo, eu não me iludo e eu quero chamar a atenção sobre isso. Eu sou exceção e uma exceção confirma a regra. Então, alguma coisa há pra se arrumar na sociedade brasileira, para que não seja mais uma exceção uma mulher negra chegar na Academia Mineira de Letras, ou em outras academias, ou em outros espaços de poder", afirmou.
Conceição Evaristo nasceu na favela do Pindura Saia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em 1946. A primeira publicação da ficcionista, ensaísta e poetisa foi lançada em 1990 na série Cadernos Negros, antologia coordenada pelo grupo Quilombhoje.
É autora de Ponciá Vicêncio (Pallas); Becos da Memória (Pallas); Poemas da Recordação e Outros movimentos (Malê); Insubmissas Lágrimas de Mulheres: contos (Malê); Olhos d'água (Pallas); História de Leves Enganos e Parecenças (Malê); Canção para Ninar Menino Grande (Pallas) e Macabéa: flor de Mulungu (Oficina Raquel). Já foi traduzida para o inglês, francês, árabe, espanhol, eslovaco e italiano.
Aos 77 anos, Conceição Evaristo recebeu diversos prêmios ao longo da carreira. Em 2019, foi a grande homenageada do 61° Prêmio Jabuti como personalidade literária. Em 2023, foi agraciada com o Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano."
Por TV Globo — Belo Horizonte