As alterações cíclicas do nível das águas do mar causadas pelos efeitos combinados da rotação da terra com as forças gravitacionais exercidas pela lua e pelo sol sobre o campo gravítico da terra no mês de março são celebradas com muito respeito pelos guardiões dos saberes populares na Bahia.
Em Acupe, distrito de Santo Amaro da Purificação, a Associação Cultural Nego Fugido celebrará a edição de 2024 entre os dias 23 e 24, com o tema "O saber popular não se compra". Haverá atividades de capoeira, maculelê, puxada de rede, samba, contação de histórias e roda à luz de candeeireiro. Também haverá um cortejo ancestral com saída da casa do Nego Fugido.
Confira a programação
Para José de Anchieta Nunes, biólogo e doutor em Ecologia e Biomonitoramento, a maré de março acontece graças a coincidência de uma "maré de sizígia" (conhecida popularmente como maré de lua, sempre na lua cheia ou nova) associada à posição do sol.
As marés de sizígia do mês de março, são as maiores do ano devido à passagem do sol pelo plano do equador terrestre. Estas 'marés grandes' podem ser mais elevadas com a ação dos ventos empurrando a água do oceano contra a costa. Quando coincide com a passagem de uma frente fria, a maré de março fica ainda mais evidente. Nas praias o efeito pode ser destruidor. As altas ondas de uma frente fria durante essas marés grandes podem alcançar áreas na praia raramente submersas durante o ano, geralmente são estas ondas que causam destruição na zona costeira. Se uma grande maré de março ocorrer sem que haja a passagem de uma frente fria, provavelmente as pessoas só irão notar que a praia ficou muito estreita na maré alta. Afirma o biologo.