Poesia, Chama-me: dois poemas de Jhonnatas da Silva Ferreira
- Dee Mercês
- 19 de fev.
- 2 min de leitura
Atualizado: 21 de mar.
Jhonnatas da Silva Ferreira, professor e poeta, convida à reflexão por meio de versos que ecoam a alma contemporânea.

Jhonnatas da Silva Ferreira é graduado em Letras Vernáculas e pós-graduando em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e Literatura, Educação Especial Inclusiva e Coordenação Pedagógica. Nascido em Santa Bárbara, amante das palavras e de sua potência, é professor por profissão e por amor. Casado e pai de primeira viagem, busca beleza na simplicidade e nas conexões que a vida lhe proporciona.
Poesia, Chama-me: dois poemas de Jhonnatas:
ACALMA
A alma anda em turbulência, a vida agitada, sem tempo pra nada. É difícil abrir mão de algo para comprar tempo, às vezes nos apegamos e nem sabemos o porquê. É torturante as indecisões que clamam por decisões e a mente não consegue pensar em nada, estamos perdidos em meios aos achados e desnorteados mesmo seguindo um rumo certo.
Parei para pensar em como a vida é bela, singela e fugaz, preciso parar para respeitar, sentir o ar preenchendo meus pulmões e permitir-me acalmar. Na vida nem sempre é preciso desabafar e buscar outrem, muitas vezes só é necessário parar e olhar para dentro, se dar tempo para digerir, processar as coisas e encontrar um ponto de equilíbrio.
Vez ou outra é importante olhar para trás e perceber o quanto se caminhou, o quanto se ganhou na caminhada e especialmente o quanto se aprendeu ao errar e acertar, porque a vida é isso: traçar metas, usufruir das conquistas e valorizar os sacrifícios feitos para ser ter o que se tem.
Portanto, pare e acalma, olhe para trás e veja o quanto você já progrediu na caminhada, se orgulhe de quem é agora, abrace quem você já foi, pois somos novas versões de nós mesmos a cada dia, mas nunca esqueça de demarcar novas metas para que você tenha um norte e, mesmo que por algum acaso você se perca dentro ou fora de si, você saiba no mínimo para que direção você deve continuar a caminhar.
Para, respira e acalma, as coisas vão se ajeitar, mesmo que demore por um motivo ou outro, tenha certeza, a convicção de que o sol renasce nos dando sempre uma nova chance.
ME SENTI BEM ACOLHIDO
Me senti bem acolhido
Não precisa de muito para alegrar um coração.
Um olhar com ternura
Um abraço sincero
Palavras amorosas e verdadeiras
Um único elogio
Eu sei,
É difícil amar em meio ao caos
Às vezes parece apenas haver pesares
Mas ainda existe amor
Olhe, ouça e sinta
Amiúde o amor está velado
O carinho é meio sem jeito
O afeto não sai do olhar
E as palavras?
São poucas, mas arrebatadoras
Pare! Veja, escute e tateie,
Percebeu?
Eles ainda existem
Estão todos aí
Nem sempre escancarados
Nem sempre em abundância
Nem sempre explícito
Mas vivo
No fim das contas
Me preocupei à toa
Pensei que seria diferente
Até aqui gratidão, pois
Me senti bem acolhido
Poesia, Chama-me é uma coluna que ecoa a voz pulsante da poesia baiana contemporânea. Mergulhe em versos que transcendem o óbvio e revelam a alma do nosso tempo, com curadoria do poeta machado X de Jesus e edição do poeta Dee Mercês.
Comentarios